quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Edição_Manual1_13

O Gatekeeper

O comportamento do editor acaba sendo moldado pelos comportamentos condicionados pela organização e pela comunidade profissional. Desde a década de 1930, estudos sobre a atividade jornalística passam a explorar os filtros que dão suporte a decisões editoriais nem sempre objetivas. Em 1942 surge a figura do Gatekeeper e em 1950, esse conceito é aplicado ao Jornalismo. Em suma, o gatekeeper se trata de um “filtro” que controla a entrada e a saída de informações.

Os critérios de objetividade, perseguidos pela “Teoria do Gatekeeper” têm um sério efeito colateral: a transferência de responsabilidade ética. Porque a culpa pelo sensacionalismo, pelas manipulações e pelas “derrapadas” na ética são do gatekeeper. Isso isenta os repórteres e transfere a fatura para quem tem autoridade: o editor, o chefe de reportagem, o pauteiro, o diretor de redação, etc.

Esse conceito integra a teoria dos sistemas sociais como um racionalizador de demandas informativas (inputs) que ingressam na caixa preta do sistema noticioso. Os estímulos da realidade são captados pelo controlador de notícias, que transformam informações em notícias editadas. Em outras palavras, a escolha do que vai ser “consumido” pelo leitor/ ouvinte/ telespectador/ internauta é filtrada antes mesmo de ocorrer o consumo da informação.

Essa teoria foi contestada e considerada como “limitada” e enumera três fatores para isso:

1. A informação jornalística é analisada apenas sob a perspectiva de quem a produz, não a do consumidor ou mesmo da empresa jornalística.


2. Para acentuar a idéia de seleção, a teoria da ação pessoal minimiza outras dimensões importantes do processo de produção das notícias.


3. As conclusões dessa teoria foram confrontadas por outras pesquisas que mostraram como o jornalista exerce sua liberdade “dentro de uma latitude limitada”.

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