quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Edição_Manual1_23

Cometer crimes para denunciá-los: isso é correto?

Crime é crime, não importa quem a cometa, nem para qual finalidade. Mesmo com a “nobre” intenção de denunciar, muitos jornalistas acabam na tentação de cometer delitos. Mas a reflexão deve ser feita: até que ponto o repórter tem moral para denunciar crimes que ele mesmo cometeu? O ideal é que a matéria seja feita de outras formas, até porque, o jornalista deve ser apenas o agente da reportagem, não seu objeto.

Mas há uma aceitação geral, pois matérias assim dão prestígio ao veículo e ao jornalista. Temos o caso do repórter Roberto Benevides, que nos anos 70, fez uma matéria para o jornal O Estado de São Paulo sobre carteiras de motorista tiradas no Detran com nomes falsos. O repórter adotou a alcunha de Bruce Wayne (identidade secreta do super-herói Batman), tirou a carteira falsa, denunciou o esquema e ganhou o Prêmio Esso de Jornalismo.

Na outra extremidade, dois jornalistas alemães, da revista Max, para denunciar a insegurança contra o terrorismo, resolveram fabricar uma bomba caseira. Resultado: ao arriscarem uma explosão acidental que causaria danos a inocentes, os dois foram fichados como bandidos na polícia local.

Por isso que não é demais repetir a mesma frase do começo deste texto: crime é crime, não importa quem cometa.

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