quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Edição_Manual2_01



O Ônibus 174 e o Planejamento da Notícia

A história de Sandro do Nascimento, que agora chegou aos cinemas, foi marcada pela miséria e pela tragédia. Ainda pequeno, viu a mãe ser assassinada. Aos oito anos, escapou de morrer na Chacina da Candelária, em 1993. Em 2000, protagonizou um seqüestro ao ônibus 174 (hoje chamada de linha 158). Acuado pela polícia, sua saga foi transmitida para todo o País através da mídia. Resultado: acabaram mortos o próprio Sandro, além da arte-educadora cearense Geísa Firmo Gonçalves, grávida de dois meses.

Enquanto a TV não soube lidar com o improviso, os jornais acabaram por fazer uma cobertura completa. Inclusive com “furos” jornalísticos: a Folha de São Paulo (através de seu fotógrafo Luis Bittencourt) mostrou a foto de Sandro do Nascimento entrando vivo no camburão da PM (enquanto a versão oficial era a de que ele havia morrido em troca de tiros na saída do ônibus). Enquanto isso, O Globo teve como mérito o planejamento de cobertura, resultando na edição de 13 de junho de 2000:
Capa: a foto de Luís Bittencourt (a própria Folha colocou em páginas internas)























Concentração de Cobertura entre as páginas 15 e 20:
Página 15: Capa do assunto
Página 16: O ponto de vista dos 10 reféns durante o assalto
Página 17: O ponto de vista dos reféns antes do assalto + cronologia visual
Página 18: Os erros da polícia (um deles causando a morte de Geísa)
Página 19: Repercussão Oficial (autoridades e policiais)
Página 20: Repercussão Popular (o povo e a sociedade civil organizada)

Veja a ilustração da Primeira Página (destaque para as fotos de Sandro ainda vivo, entrando no camburão, e de Geísa, já morta)


Nenhum comentário: