quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Edição_Manual2_11

História dos Conflitos entre Textos e Design

Estudos afirmam que a Pedagogia do Design baseado na interpretação sugere que a percepção é filtrada pela cultura, ou seja que a recepção de uma mensagem varia por tempo e espaço e que as convenções, como formato, estilo, simbolismo, etc; não seriam universais. Ao desenhar, um diagramador estará comunicando algo que pode ser decifrado ou absorvido inconscientemente.

O principal efeito dessa ideologia da percepção exclusiva é uma segregação entre visão e linguagem. É a outra face dos jornalistas “de texto” com as concessões dadas aos departamentos de Arte e Projeto Gráfico.

A história da informação impressa pode ser contada por seus conflitos com a página. Quando o Jornalismo Político-Literário dominava a cena, o impacto visual de uma página era muito diferente . Boletins com poucas páginas forçaram séculos de letras minúsculas para sustentar textos e reduzidos assuntos por página. Os textos eram organizados como se fossem livros e sem títulos ou divisões.

No Brasil, um argentino chamado Guevara chegou em 1941 e trouxe uma nova forma de distribuir informações e paginar jornais. Ao trabalhar no jornal Meio Dia, profissionalizou a operação e a estética predominou sobre a funcionalidade dos recursos. Só tempos depois a lauda padronizada iria se impor como padrão industrial de toda a imprensa.

Algumas iniciativas de enfatizar o visual sobrepuseram a imagem sobre a informação. Quanto mais jovem o público-alvo, maior a prevalência da percepção sobre a informação. Isso acarreta em páginas informativas e publicitárias muito parecidas. Atualmente, a evolução tem sido por estruturas narrativas breves e simples, mais coloridas, com mais imagens e algum ingrediente interativo. Acima de tudo, com muito menos texto. Muitas vezes, se corta texto sem qualquer critério. Uma parceria sem conflitos entre projetistas gráficos e jornalistas de texto é o ideal para qualquer trabalho de edição.

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